"Sempre pertenci a minha cidade e ela a mim,
preso que fui e sou a seus encantos...
Tanto pertenço a minha cidade e ela me pertence,
de tal modo somo unidos e nos compreendemos,
e de tal jeito nos amamos que tudo o que faço,
tudo o que penso, tudo que sonho está ligado,
docemente ligado a minha Santa Maria..."
Edmundo Cardoso nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 29 de janeiro de 1917, filho de Etelvino Cardoso
e de Regina Diehl Cardoso. Na infância, trabalhou como vendedor de jornal, entre outras atividades e, em junho
de 1932, aos 15 anos, diplomou-se no Curso de Guarda-Livros pelo Colégio Fontoura Ilha. Atuou como jornalista,
funcionário da justiça, escritor, ator e diretor de teatro.
Edmundo Cardoso Iniciou sua carreira jornalística no jornal Diário do Interior, em 1933, onde teve a oportunidade
de trabalhar ao lado de seu pai. Também atuou, na cidade, como representante dos jornais Diário de Notícias e
Diário do Estado. A partir de 1934, com a fundação do jornal A Razão, passou a colaborar com a produção de
artigos e crônicas sobre a história da cidade. Entre as décadas 1970-1980, foi cronista na Rádio Imembuí, em um
programa diário que abordava temas relevantes do cotidiano.
Por mais de 40 anos, atuou como funcionário da Justiça, de 1938 a 1941, avaliador judicial e de 1941 a 1980,
foi escrivão judicial do 2º Cartório de Civil e Crime da Comarca de Santa Maria. Em 1944, com o apoio de mais
dois colegas, fundou a Associação dos Serventuários da Justiça de Santa Maria e do Rio Grande do Sul (hoje
denominada Associação dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul). Como escritor, publicou diversos livros
sobre legislação municipal e sobre solenidades e discursos do governo do Dr. Xavier da Rocha. Em 1974, lança
“Uma Loja, Uma Vida”, sobre a história das Casas Eny e que celebra os 50 anos da empresa. Diversos outros artigos
e crônicas produzidos por Edmundo, sobre teatro, jornalistas, governantes e fatos da cidade, foram compilados em
uma obra denominada “Santa Maria: Vivências e Memórias de Edmundo Cardoso”, organizada por sua esposa e sua filha,
em 2008, para homenagear os seus 150 anos de emancipação político-administrativa da cidade.
A contribuição de Edmundo Cardoso para o desenvolvimento do teatro e cinema em Santa Maria tem como destaque a
criação de duas importantes instituições: a Escola de Teatro Leopoldo Fróes, em 1943, que encenou mais de 40
peças teatrais ao longo dos 40 anos de sua existência; e o Clube de Cinema de Santa Maria, fundado em 1951, com
o apoio de outras personalidades, que promovia a exibição de filmes, seguidos de debates entre os associados,
além de caracterizar-se como o primeiro clube do gênero na cidade. Foi o idealizador do primeiro Centro Cultural
Santa-mariense, instituição que durou de 1938 a 1940 e tinha como finalidade incentivar a cultura através de
eventos, homenagens a pessoas ilustres, divulgação de obras, entre outros meios.
Edmundo casou-se em primeiras núpcias em 1943, com Edna Mey Budin, com quem teve dois filhos: Gilda May e Cláudio.
Edna Mey (1919-1979) atuou profissionalmente em diversas funções ligadas a área educacional e participou como
atriz das atividades da Escola de Teatro Leopoldo Fróes. Em 1985, casou-se com Therezinha de Jesus Pires Santos,
que o acompanhou por quase duas décadas. Edmundo faleceu em 5 de dezembro de 2002, aos 85 anos de idade.
Em sua homenagem, a Professora Nair D’Agostini, do Curso de Artes Cênicas da UFSM, em 1997, produziu o
documentário “Edmundo Cardoso e a tradição cultural de Santa Maria” e, em 2015, o cineasta Luiz Alberto
Cassol dirigiu e lançou o documentário “EDMUNDO: uma vida multifacetada” Em 2017, para comemorar seu centenário
de nascimento, foi organizado a publicação “O Edmundo que eu conheci”, onde mais de quarenta personalidades de
Santa Maria, contam como conheceram e/ou participaram da vida de Edmundo Cardoso, lançado na 45ª Feira do Livro
de Santa Maria.
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